O Mundo Perdido - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 26 / 286

Tinha uma enorme necessidade de ser socorrido!

Atravessou-me com dois olhos agudos, duros como aço. - Vamos, vamos! - resmungou.

- Claro que não passo de um simples estudante - disse eu com um sorriso imbecil. - Pouco mais do que um curioso. Todavia, pareceu-me que o senhor foi um pouco severo a propósito de Weissmann naquele assunto. Desde essa data, a posição de Weissmann não foi... reforçada com numerosos testemunhos?

- Que testemunhos?

Falava com uma calma ameaçadora.

- Ora bem, naturalmente, sei que nenhum existe ao qual o senhor possa atribuir a qualidade de prova definitiva. Estava simplesmente a aludir à tendência geral do pensamento moderno e ao ponto de vista da ciência tomada colectivamente, se assim me posso exprimir.

Inclinou-se para a frente com uma grande gravidade.

- Suponho que sabe - disse, contando pelos dedos - que o índice craniano é um factor constante?

- Naturalmente!

- E que esta telegonia ainda se encontra sub judice?

- Sem qualquer dúvida.

- E que o protoplasma do germe é diferente do ovo partenogenético?

- Mas, claro que sim! - exclamei.

Sentia-me todo animado com a minha própria audácia.

- Mas o que é que isso prova? - interrogou ele com uma voz amavelmente persuasiva.

- Ah, na verdade! - murmurei. - O que é que isso prova?

- Digo-lhe? - arrulhou ele.

- Agradeço-lhe!

- Isso prova - rugiu num súbito clarão de furor - que o senhor é o mais repugnante impostor de Londres!





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