Odes Modernas - Cap. 22: CAPÍTULO XII Pág. 111 / 143

CAPÍTULO XII

A espada inexorável que flameja

No horizonte dum povo impenitente,

E não poupa, na ameaça indiferente,

Nem tugúrio, nem paço, nem igreja;

O gládio que encoberto peregrino

Ergue, imprevisto, nas humanas liças,

A espada das históricas justiças,

A espada de Deus e do Destino;

De que pensais que é feita? Porventura

Pensais que é feita dum metal terreno,

Cheio de jaça e fezes, e em veneno

Temperado talvez por mão impura?

Que é feita de cobiça e violência?

E de ódios cegos, brutos, truculentos?

De cobardes e falsos pensamentos?

De ultraje, de furor e de demência?

Quanto vos iludis, irmãos! Sabei-o,

Homens de pouca fé! sabei que a espada

Sinistra e em cuja folha esbraseada

Uma palavra em língua estranha





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