Bem pode ser que nossos pés doridos
Vão errados na senda tortuosa,
Que o pensamento segue nos desertos,
Na viagem da Ideia trabalhosa…
Que a árvore da Ciência, sacudida
Com força, jamais deite sobre o chão,
Aos pés dos tristes que ali ’stão ansiosos,
Mais do que o fruto negro da ilusão…
Que o livro do Destino esteja escrito
Sobre folhas de lava, em letra ardente,
E não chegue a fitá-lo o olho humano
Sem que se ofusque e cegue de repente…
Pode ser que, na luta tenebrosa
Que este século move sob o céu,
Venha a faltar-lhe o ar, por fim, faltando-lhe
A terra sob os pés, bem como Anteu…
Que do sangue espalhado nos combates,
E do pranto que cai da triste lira,