Odes Modernas - Cap. 2: CAPÍTULO II - À HISTÓRIA Pág. 24 / 143

um dia, e logo o Bem,

Que encobria essa sombra movediça,

Surgirá, como um astro de Justiça!

E, se cuidas que os vultos levantados

Pela ilusão antiga, em desabando,

Hão-de deixar os céus despovoados

E o mundo entre ruínas vacilando;

Esforça! ergue teus olhos magoados!

Verás que o horizonte, em se rasgando,

É por que um céu maior nos mostre - e é nosso

Esse céu e esse espaço! é tudo nosso!

É nosso quanto há belo! A Natureza,

Desde aonde atirou seu cacho a palma,

’Té lá onde escondidos na frieza

Vegeta o musgo e se concentra a alma:

Desde aonde se fecha da beleza

A abóbada sem fim - ’té onde a calma

Eterna gera os mundos e as estrelas,

E em nós o Empíreo das ideias belas!

Templo de crenças e d’amores puros!

Comunhão de verdade!





Os capítulos deste livro