um dia, e logo o Bem, 
Que encobria essa sombra movediça, 
Surgirá, como um astro de Justiça! 
 
E, se cuidas que os vultos levantados 
Pela ilusão antiga, em desabando, 
Hão-de deixar os céus despovoados 
E o mundo entre ruínas vacilando; 
Esforça! ergue teus olhos magoados! 
Verás que o horizonte, em se rasgando, 
É por que um céu maior nos mostre - e é nosso 
Esse céu e esse espaço! é tudo nosso! 
 
É nosso quanto há belo! A Natureza, 
Desde aonde atirou seu cacho a palma, 
’Té lá onde escondidos na frieza 
Vegeta o musgo e se concentra a alma: 
Desde aonde se fecha da beleza 
A abóbada sem fim - ’té onde a calma 
Eterna gera os mundos e as estrelas, 
E em nós o Empíreo das ideias belas! 
 
Templo de crenças e d’amores puros! 
Comunhão de verdade!