Odes Modernas - Cap. 4: CAPÍTULO IV – PATER Pág. 37 / 143

A aurora é o sursum-corda do Universo;

A luz é oremus, por que é hóstia o Sol;

Quanto abre o olhar aos raios do arrebol

Eis o povo-cristão aí disperso.

Quando as flores, que se abrem, são espelhos…

E a ervinha é berço, e berços os rosais…

Quando são as florestas catedrais…

Eis aí outros tantos Evangelhos!

O cedro na montanha apostoliza;

O vento prega às livres solidões!

As estrelas do céu são orações,

E o amor, no coração, evangeliza!

O Amor! O evangelista soberano!

Para quem não há tarde nem aurora!

O que sobe a pregar, a toda a hora,

Ao púlpito-da-fé… o peito humano!

De dois raios de uns olhos bem-amados

É que se faz a cruz que nos converte;

E a palavra, que a crença às almas verte,

Faz-se essa de suspiros abafados.





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