Odes Modernas - Cap. 1: LIVRO PRIMEIRO – CAPÍTULO I – PANTEÍSMO Pág. 5 / 143

já na solidão passava orando,

Quando inda o mundo era negrume e espanto!

Quando as formas o orbe tenteando

Mal se sustinha e, incerto, se inclinava

Para o lado do abismo, vacilando;

Quando a Força, indecisa, se enroscava

Às espirais do Caos, longamente,

Da confusão primeira ainda escrava:

Já ele era então livre! e rijamente

Sacudia o Universo, que acordasse…

Já dominava o espaço, omnipotente!

Ele viu o Princípio. A quanto nasce

Sabe o segredo, o gérmen misterioso.

Encarou o Inconsciente face a face,

Quando a Luz fecundou o Tenebroso.

III

Fecundou!… Se eu nas mãos tomo um punhado

Da poeira do chão, da triste areia,

E interrogo os arcanos do seu fado,

O pó cresce ante mim… engrossa… alteia…

E, com pasmo,





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