Odes Modernas - Cap. 12: CAPÍTULO II - SECOL’ SI RINUOVA Pág. 75 / 143

em pó e incenso e mirra, ainda

Quem o sabe? talvez ir-se de encontro

À base da estátua - e derrocá-la?

III

Eu tenho visto a pedra, desprendida

Da montanha, levar meia floresta

Na carreira - e não há-de esse granito

Colossal, que é o Povo, despregado

Por mãos do tempo, com trabalho imenso,

Ao rolar no declive da história

Esmagar, ao correr, os troncos secos

E o mirrado ossuário do passado?

Não há-de o solo heróico, que se agita,

Lançar ao ar castelos e cidades?

Há-de abrir-se o vulcão só por que atire

Um só jacto de fumo e cinza apenas?

E a alma dos homens há-de entrar nas dores

De um parto crudelíssimo, e volver-se

Num leito de torturas, por que o feto

Predestinado, a pálida Esperança,

Fruto de mil angústias, em chegando

A ver a luz se chame desespero?

Eles sabem que não.





Os capítulos deste livro