O Principezinho - Cap. 16: Capítulo 16 Pág. 49 / 78

- Também tenho uma flor.

- As flores, não as assinalamos - disse o geógrafo.

- Porquê? É o mais bonito de tudo!

- Porque as flores são efémeras.

- E o que é que "efémero" quer dizer?

- As geografias - respondeu o geógrafo - são os livros mais preciosos que há. Nunca passam de moda. É raríssimo que uma montanha mude de lugar. É raríssimo que um mar se esvazie de água. Nós só escrevemos coisas eternas.

- Mas os vulcões extintos podem despertar - interrompeu o principezinho. - E o que é que" efémero" quer dizer?

- Para nós, os vulcões estarem extintos ou em actividade é exactamente a mesma coisa. Para nós, o que conta é a montanha. Essa não muda.

- Mas o que é que "efémero" quer dizer? - voltou a repetir o principezinho que, uma vez que a fizesse, nunca em dias da sua vida desistira de uma pergunta.

- Quer dizer que "se encontra ameaçado de desaparição a curto prazo".

- Então a minha flor está "ameaçada de desaparição a curto prazo"?

- Evidentemente!

"A minha flor é efémera", pensou o principezinho, "e só tem quatro espinhos para se defender do mundo inteiro. E eu deixei-a lá sozinha!"

Foi a primeira vez que se arrependeu de ter partido. Mas logo recobrou o ânimo:

- E agora o que é que me aconselha a visitar?

- O planeta Terra - respondeu o geógrafo. - É um planeta com boa reputação...

E o principezinho foi-se embora, sempre a pensar na sua flor.





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