-Vapor! - gritou. - Cuidado, patrão! Estoura já! Deita logo! Não se sabia porque os proles tinham dado o apelido de vapor" às bombas-foguete. Winston prontamente se jogou de bruços. Os proles raro se enganavam quando faziam essa advertência. Pareciam possuir uma espécie de instinto que lhes dizia, com vários segundos de antecedência, que um foguete estava chegando, embora voassem mais rápido que o som. Winston protegeu a cabeça com os antebraços. Houve um ribombo que pareceu fazer o chão ofegar. Uma chuva de detritos caiu-lhe nas costas. Quando se levantou viu que estava coberto de fragmentos de vidro da janela próxima.
Continuou andando. A bomba demolira um grupo de casas duzentos metros além, na mesma rua. Elevava-se para o céu uma nuvem negra de fumaça, e debaixo dela outra de pó de caliça, na qual já se formava a multidão, cercando os escombros. Diante dele, no lajedo, havia um montículo de reboco e estuque, e no meio uma faixa vermelho vivo.