Baixou os olhos para as dimensões indicadas em baixo: trinta milímetros de comprimento. Quase do tamanho de uma groselha grande.
Mas talvez não tivesse principiado há tanto tempo.
Folheou o livro para trás e deparou-se-lhe a gravura de um feto de seis semanas. Uma coisa realmente horrível, desta vez - uma coisa que ele quase não conseguia olhar sem estremecer. Dava a impressão de que estava morto. A enorme cabeça, como que demasiado pesada para se manter erguida, inclinava-se em ângulo recto com o lugar em que se deveria situar o pescoço. Não havia nada a que se pudesse chamar rosto - apenas um leve sulco representativo do olho... ou seria a boca? Carecia de toda e qualquer parecença humana, assemelhando-se mais a um cachorro morto. Na verdade, os braços curtos e grossos eram muito caninos e as mãos meras garras. Quinze milímetros e meio de comprimento, das dimensões de uma avelã.
Consagrou longos minutos às duas gravuras. A sua fealdade tornava-as mais credíveis e, por conseguinte, mais impressionantes. O bebé parecera-lhe real desde o momento em que Rosemary falara de aborto, mas constituíra uma realidade sem forma visual- algo, que acontecia na escuridão e só se revestia de importância depois de ocorrer. Mas agora, no livro, verificava-se o processo autêntico.