Mas à medida que crescia, tornava-se - não exactamente menos irrazoável, mas irrazoável de uma maneira diferente. Entretanto, adquirira uma posição mais estável na escola e era oprimido menos violentamente. Embora nunca se salientasse muito nos estudos - não trabalhava, nem obtinha bolsas de estudo -, conseguia desenvolver o cérebro ao longo das linhas que lhe convinham. Lia os livros que o director denunciava no púlpito e criava opiniões pouco ortodoxas sobre o patriotismo e as gravatas dos Velhos. E começou a escrever poesia. Após um ou dois anos, principiou mesmo a enviar poemas ao' Athenaeum, New Age' e Weekly Westminster, mas eram invariavelmente rejeitados. Havia, claro, outros rapazes de' tipo similar com os quais convivia. Todas as escolas públicas têm a sua intelligentsia de constrangidos. E naquele momento, nos anos imediatamente subsequentes à Guerra, a Inglaterra estava tão cheia de opinião revolucionária que até os estabelecimentos de ensino tinham sido infectados. Os jovens, mesmo os que eram demasiado novos para combater, mostravam-se revoltados contra os mais velhos, e com razão. Praticamente todos os que possuíam alguns miolos eram revolucionários. Ao mesmo tempo, os velhos - digamos, com mais de sessenta anos - moviam-se em círculos como galinhas e cacarejavam acerca de «ideias subversivas». Gordon e os amigos divertiam-se com as suas «ideias subversivas».
Durante um ano inteiro, publicaram uma folha mensal não oficial denominada Bolshevik, duplicada num copiador de gelatina.