Gordon ponderava tudo isso da maneira egoísta ingénua de um rapaz. "Há duas maneiras de viver», decidiu. «Uma pessoa pode ser rica ou recusar-se deliberadamente a sê-lo. Pode possuir dinheiro ou desprezá-lo - a atitude fatal é adorá-lo e, não conseguir obtê-lo.» Tomava como ponto assente que nunca conseguiria fazer fortuna. Quase nem lhe passava pela cabeça que podia: possuir talentos susceptíveis de serem tomados em consideração. Era o que os professores lhe tinham feito - haviam-no convencido de que constituía um simples empecilho e jamais «triunfaria» na vida. Ele' aceitava o facto. Nesse caso, renunciaria totalmente à ideia de «triunfar» e esmerar-se-ia por não «triunfar».
Mais valia reinar no inferno do que servir no céu. Aos dezasseis anos, já sabia de que lado se encontrava. Era contra o deus-dinheiro e todo o seu repelente sacerdócio. Declarara guerra ao dinheiro - mas em segredo, evidentemente.
O pai morreu quando ele tinha dezassete anos e deixou cerca de, duzentas libras. Júlia havia alguns anos que trabalhava. Durante 1918 e 1919, estivera num departamento do Governo, após o que frequentara um curso de