Sangue Azul - Cap. 16: 4 Pág. 166 / 287

Mesmo assim, Anne ousou sorrir a esse respeito, e por fim mencionou «Elizaberh». Lady Russell, ouviu, olhou e limitou-se a dar esta resposta cautelosa: «Elizabeth! Muito bem. O tempo o dirá.»

Era uma referência ao futuro a que Anne, após breve consideração, achou que devia submeter-se. No presente, não podia determinar nada. Naquela casa, Elizabeth tinha de ser sempre a primeira, e ela estava habituada a um reconhecimento tão geral como «Miss Elliot», que qualquer particularidade de atenção parecia quase impossível. Era também preciso lembrar que Mr., Elliot estava viúvo há menos de sete meses. Uma certa delonga da sua parte poderia ser perfeitamente desculpável. Anne nunca conseguia ver o crepe à roda do seu chapéu sem ter a sensação de que a indesculpável era ela, ao atribuir-lhe semelhantes ideias, pois embora o seu casamento não tivesse sido muito feliz, durara tantos anos que ela tinha dificuldade em compreender um restabelecimento muito rápido da terrível sensação de que tinha sido dissolvido.

Fosse como fosse que as coisas pudessem acabar, ele era sem dúvida alguma o seu conhecimento mais agradável em Bath. Anne não via ninguém que se lhe pudesse comparar, e era-lhe grato, de vez em quando, falar com ele a respeito de Lyme, que Mr. Elliot parecia ter um desejo tão vivo de voltar a ver, e de ver melhor, como ela. Recordavam muitas vezes os pormenores do seu primeiro encontro, e ele deu-lhe a entender que a olhara com grande interesse. Ela sabia-o bem; e também se lembrava do olhar de outra pessoa.

Nem sempre estavam de acordo. Anne percebia que ele dava mais valor do que ela à classe social e relações. Não se tratava apenas de complacência, devia ser um gosto pela causa que o levava a participar com entusiasmo nas preocupações do seu pai e da sua irmã com um assunto que ela considerava não as merecer.





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