Sangue Azul - Cap. 16: 4 Pág. 167 / 287

Uma manhã, o jornal de Bath anunciou a chegada da viscondessa viúva de Dalrymple e da sua filha, a Ilustre Miss Carteret, e toda a tranquilidade de Camden-place, nº __, ficou abalada durante muitos dias. Tudo porque os Dalrymple (infelizmente, na opinião de Anne) eram primos dos Elliot, que estavam angustiados quanto à maneira de se apresentarem apropriadamente.

Anne nunca tinha visto antes o pai e a irmã em contacto com a nobreza, e teve de admitir que se sentiu decepcionada. Esperara melhor das elevadas ideias que eles tinham quanto à sua própria situação na vida, e viu-se reduzida a formular um desejo que nunca previra: o de que tivessem mais orgulho - pois as palavras «as nossas primas Lady Dalrymple e Miss Carteret» e «as nossas primas, as Dalrymple» soavam-lhe aos ouvidos o dia inteiro.

Sir Walter estivera uma vez na companhia do falecido visconde, mas nunca tinha visto ninguém do resto da família, e as dificuldades presentes provinham de ter havido uma suspensão de toda a correspondência de etiqueta desde o falecimento do dito visconde, altura em que, em virtude de uma doença grave que atacara Sir Walter na mesma ocasião, houvera uma lamentável omissão em Kellynch e não fora enviada para a Irlanda nenhuma carta de condolências. A incúria abateu-se sobre a cabeça do pecador, pois quando a pobre Lady Elliot morreu não foi recebida em Kellynch nenhuma carta de pêsames e, por conseguinte, sobravam razões para perceber que as Dalrymple consideravam as relações cortadas. Como sanar este angustiante caso, e serem novamente admitidos como primos, eis a questão, e uma questão que, embora de um modo mais racional, nem Lady Russell nem Mr. Elliot consideravam de somenos. «Sempre valeu a pena conservar as relações de família, assim como procurar boa companhia.





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