Sangue Azul - Cap. 19: 7 Pág. 200 / 287

A carruagem de Lady Dalrymple, por cuja chegada Miss Elliot estava a ficar muito impaciente, parou lá fora. O criado entrou para a anunciar. Recomeçara a chover e houve uma delonga, uma azáfama e um conversar que devem ter feito toda a gente que se encontrava na confeitaria compreender que Lady Dalrymple viera buscar Miss Elliot para a levar. Por fim, Miss Elliot e a amiga, acompanhadas apenas pelo criado (pois o primo não regressara), dirigiram-se para a saída - e o capitão Wentworth, observando-as, voltou-se de novo para Anne e, mais por atitude do que por palavras, ofereceu-lhe os seus préstimos.

- Agradeço-lhe muito - respondeu ela -, mas eu não vou com elas. A carruagem não poderia acomodar tanta gente. Vou a pé. Prefiro andar.

- Mas está a chover.

- Oh, muito pouco. Nada que me assuste.

Após uma pausa, ele observou:

- Apesar de só ter vindo ontem, como vê já me equipei adequadamente para Bath - apontou para um chapéu-de-chuva novo. - Gostaria que o utilizasse, se está decidida a ir a pé; embora eu pense que- seria mais prudente deixar-me arranjar-lhe uma liteira.

Ela sentia-se muito grata, mas declinou os oferecimentos, repetindo a sua convicção de que a chuva não tardaria a parar e acrescentando:

- Estou apenas à espera de Mr. Elliot. Tenho a certeza de que ele não tarda.

Mal acabara de dizer as palavras, Mr. Elliot entrou. O capitão Wentworth reconheceu-o sem hesitação. Não havia nenhuma diferença entre ele e o homem que parara nos degraus, em Lyme, a admirar Anne enquanto ela passava, a não ser no ar, na expressão e na atitude do parente e amigo privilegiado. Entrou pressuroso, pareceu só a ver a ela e pensar apenas nela, pediu desculpa da demora, lamentou tê-la feito esperar e mostrou-se ansioso por levá-la dali sem mais perda de tempo, e antes que a chuva aumentasse.





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