Sangue Azul - Cap. 19: 7 Pág. 201 / 287

No momento seguinte saíram juntos, o braço dela sob o dele: um olhar brando e embaraçado e um «bom dia para si», foi tudo quanto ela teve tempo de dirigir ao capitão Wentworth, ao afastar-se dele.

Assim que eles desapareceram da vista, as senhoras do grupo do capitão Wentworth começaram a falar a seu respeito.

- Mr. Elliot não desgosta da sobrinha, imagino?

- Oh, não, isso é óbvio! Pode calcular-se o que vai acontecer.

Ele está sempre com eles, passa metade do tempo com a família. Que homem tão interessante!

- É verdade, e Miss Atkinson, que jantou com ele uma vez em casa dos Wallis, diz que nunca esteve na companhia de um homem tão agradável.

- Acho que ela é bonita, Anne Elliot. Muito bonita, mesmo, quando a olhamos bem. Não é de bom tom dizê-lo, mas confesso que a admiro mais do que à irmã.

- Oh, eu também!

- E eu. Não tem comparação. Mas os homens andam todos loucos com Miss Elliot. Anne é delicada de mais para eles.

Anne teria ficado especialmente grata ao primo se ele tivesse caminhado ao seu lado até Camden-place sem dizer uma palavra. Nunca achara tão difícil escutá-lo, embora nada pudesse exceder a sua atenção e solicitude e os assuntos da sua conversa fossem principalmente do tipo que não podem deixar de ser sempre interessantes: louvores calorosos, justos e argutos a Lady Russell e insinuações altamente judiciosas contra Mrs. Clay. Mas naquele momento ela só conseguia pensar no capitão Wentworth. Não era capaz de interpretar os seus sentimentos presentes, de saber se ele estava realmente a sofrer muito, de decepção, ou não. E até esse ponto estar esclarecido, Anne não podia ser inteiramente ela própria.

Esperava tornar-se sensata e razoável com o tempo, mas, ah, tinha de confessar a si mesma que o não era por enquanto.





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