«Quem me dera ter outro nome, que não Elliot. Estou farto dele. O nome de Walter posso largá-lo, graças a Deus, e desejo que você não volte a insultar-me com o meu segundo W., ou seja, quero ser para o resto da vida apenas o seu leal
Wm. Elliot.»
Anne não pôde ler semelhante carta sem corar, e Mrs. Smith, vendo-lhe o rosto afogueado, disse:
- A linguagem é muito desrespeitosa, eu sei. Embora tenha esquecido os termos exactos, lembro-me perfeitamente do seu sentido geral. Mas mostra-lhe o tipo de homem que ele é. Repare nos seus elogios ao meu marido. Poderiam ser mais fortes?
Anne não conseguiu recompor-se imediatamente do choque e da mortificação de encontrar tais palavras aplicadas ao seu pai. Foi também obrigada a lembrar-se de que o facto de ver a carta constituía uma violação das leis da honra, que ninguém devia ser julgado ou conhecido por testemunhos daquele género e que nenhuma correspondência particular devia ser exposta aos olhos de outros, antes de recuperar a calma suficiente para devolver a carta sobre cujo conteúdo estivera a meditar, e dizer:
- Obrigada. É, sem dúvida, uma prova incontestável de tudo quanto me tinha dito. Mas porquê o relacionamento dele connosco, agora?
- Também posso explicar isso - respondeu Mrs. Smith, sorrindo.
- Pode, realmente?
- Posso. Mostrei-lhe Mr. Elliot como ele era há uma dúzia de anos, e vou mostrar-lho como é agora. Neste caso não me é possível apresentar uma prova escrita, mas posso dar-lhe todo o testemunho oral autêntico que a minha amiga desejar quanto ao que ele actualmente pretende e quanto ao que está actualmente a fazer.