Sangue Azul - Cap. 21: 9 Pág. 231 / 287

Agora não é nenhum hipócrita: quer realmente casar consigo. As suas atenções presentes para com a sua família são muito sinceras, inteiramente do coração. Eu indico-lhe quem o garante: o amigo dele, coronel Wallis.

- O coronel Wallis! É relacionada com ele?

- Não. O conhecimento não chega até mim por uma via tão directa, faz uma curva ou duas, mas nada de importante. O caudal é tão bom como na nascente, os poucos detritos que acumula nas curvas são facilmente removíveis. Mr. Elliot fala sem reservas com o coronel Wallis das suas intenções a seu respeito - imagino que o dito coronel Wallis é, pessoalmente, um homem sensato, cuidadoso e perspicaz, mas é casado com uma mulher muito pateta, a quem diz coisas que faria melhor calar, e repete-lhe tudo. Ela, no estado de espírito transbordante da sua convalescença, conta tudo à sua enfermeira, e esta, conhecedora do meu relacionamento consigo' conta-mo por sua vez a mim, muito naturalmente. Na segunda-feira à noite, a minha boa amiga Mrs. Rooke pôs-me ao corrente dos segredos de Marlborough Buildings, quanto a este assunto. Por isso, quando eu lhe falei na «história toda», não estava a fantasiar tanto como a Anne supôs.

- Minha querida Mrs. Smith, a sua fonte é insuficiente. Assim não vale. O facto de Mr. Elliot ter algumas intenções a meu respeito não justifica de modo algum os esforços que ele fez no sentido de uma reconciliação com meu pai. Tudo isso foi antes da minha vinda para Bath. Eu encontrei-os nos termos mais amigáveis quando cheguei.

- Eu sei que encontrou. Sei tudo isso perfeitamente, mas...

- Sinceramente, Mrs. Smith, não devemos esperar obter informações genuínas por tal via. Factos ou opiniões que passem pelas mãos de tantos, para serem mal interpretados pela leviandade de um e pela ignorância de outro, dificilmente chegam ao fim contendo muita verdade.





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