Sangue Azul - Cap. 21: 9 Pág. 229 / 287

Anne, vendo que a amiga estava fortemente decidida, fez o que ela desejava. A caixa foi trazida e colocada à sua frente, e Mrs. Smith abriu-a, suspirando, e disse:

- Está cheia de papéis que lhe pertenciam, ao meu marido, é apenas uma pequena parte do que eu tive de ver quando o perdi. A carta que procuro foi-lhe escrita por Mr. Elliot antes do nosso casamento, e por acaso foi salva. Porquê, é difícil de imaginar. Mas ele era descuidado e desordenado, como outros homens, a respeito destas coisas, e quando eu tive de examinar os seus papéis encontrei-a juntamente com outras ainda mais banais, de diferentes pessoas, espalhadas por aqui e por ali, enquanto muitas cartas e memorandos de verdadeira importância tinham sido destruídos. Cá está. Não a queimei porque, embora já então estivesse muito pouco satisfeita com Mr. Elliot, tinha decidido guardar todos os documentos comprovativos de antiga intimidade. Agora tenho outro motivo para estar contente por podê-la mostrar.

Era uma carta dirigida a «Charles Smith, Esq., Tunbridge Wells» , datada de Londres e de tanto tempo atrás como Julho de 1803. «Caro Smith:

«Recebi a sua carta. A sua bondade quase me acabrunha. Gostaria que a natureza tivesse feito os corações como o seu mais comuns, mas vivo neste mundo há vinte e três anos e não vi nenhum como ele. Presentemente, acredite, não tenho necessidade dos seus serviços, pois estou de novo com dinheiro. Felicite-me: livrei-me de Sir Walter e da Miss. Voltaram para Kellynch e quase me fizeram jurar que os visitaria este Verão, mas a minha primeira visita a Kellynch será com um agrimensor, para ele me dizer como pô-la em leilão da maneira mais vantajosa. No entanto, não é improvável que o baronete volte a casar, é suficientemente idiota para isso.





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