Sangue Azul - Cap. 7: 7 Pág. 63 / 287

- Meu Deus, essa é uma boa ideia, é uma ideia excelente, mesmo.

Sem dúvida que tanto faz eu ir ou não ir, pois não sou precisa para nada em casa... pois não? E ficar só me mortifica. Tu, que não tens os sentimentos de uma mãe, és sem dúvida alguma a pessoa mais indicada. Consegues convencer o pequeno Charles a fazer seja o que for, basta uma palavra tua para ele te obedecer. Será muito melhor do que deixá-lo apenas com a Jemima. Oh, vou! Tenho a certeza de que devo ir, se posso, do mesmo modo que o Charles vai, pois eles desejam muitíssimo que eu conheça o capitão Wentworth e eu sei que tu não te importas de ficar sozinha. Excelente ideia a tua, Anne, realmente! Vou já dizer ao Charles e preparar-me. Manda-nos chamar a qualquer momento, se acontecer alguma coisa, mas eu estou convencida de que não acontecerá nada que te assuste. Claro que podes ter a certeza de que eu não iria se não estivesse absolutamente tranquila a respeito do meu querido filho.

No momento seguinte, estava a bater à porta do quarto de vestir do marido, e Anne, que subiu a escada atrás dela, chegou a tempo de ouvir a conversa toda, que começou com Mary a dizer, num tom de grande exultação:

- Tenciono ir contigo, Charles, pois não sou mais útil em casa do que tu. Se ficasse aqui fechada eternamente com o nosso filho, não seria capaz de o persuadir a fazer nada que ele não gostasse de fazer. A Anne fica; ela encarrega-se de ficar em casa e tomar conta dele. Foi ela mesma que o propôs, e por isso vou contigo, o que será muito melhor, pois não janto na outra casa desde terça-feira.

- É muita amabilidade da Anne - respondeu o marido -, e eu ficaria muito contente se fosses comigo; mas parece-me muito indelicado deixá-la sozinha em casa, a tomar conta do nosso filho.





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