Sangue Azul - Cap. 7: 7 Pág. 64 / 287

Anne chegara entretanto perto deles e pôde defender a sua própria causa, e como a sinceridade da sua atitude não tardou a bastar para o convencer, tanto mais que a convicção lhe era muito agradável, Charles não teve mais escrúpulos quanto a deixá-la jantar sozinha, embora continuasse a desejar que ela lhes fizesse companhia ao serão, quando a criança estivesse a dormir, e insistisse amavelmente que lhe permitisse vir buscá-la. Mas como não se deixou persuadir, Anne teve pouco depois o prazer de os ver sair juntos e muito bem dispostos. Iam, desejou, para serem felizes, por muito estranhamente arquitectada que essa felicidade pudesse parecer; quanto a ela, ficou na companhia de tantas sensações de conforto quantas, talvez, estivesse destinada a conhecer em toda a sua vida. Sabia que era de uma utilidade essencial para a criança, e que diferença lhe fazia que Frederick Wentworth estivesse apenas a menos de um quilómetro de distância, a ser simpático com os outros?!

Gostaria de saber o que sentia ele quanto à possibilidade de um encontro dos dois. Talvez indiferença, se é possível existir indiferença em semelhantes circunstâncias. Com certeza se sentiria indiferente ou relutante. Se alguma vez tivesse desejado voltar a vê-la, não teria precisado de esperar até àquela altura; faria o que ela não podia deixar de pensar que, no lugar dele, teria feito há muito tempo, quando os acontecimentos tinham começado a dar-lhe a independência que fora a única coisa que lhe faltara.

O cunhado e a irmã regressaram encantados com o seu novo conhecido e com a visita em geral. Houvera música, canto, conversa, riso, enfim, tudo o que existia de mais agradável. Maneiras encantadoras da parte do capitão Wentworth, nenhuma timidez ou reserva: parecia que se conheciam todos muito bem, e ele viria já na manhã seguinte para caçar com Charles.





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