Os Pobres - Cap. 5: IV - O Gabiru Pág. 41 / 158

Brame de fúria, despedaça. É esverdeado e cheio de cóleras...

– E a Mãe, a natureza?

– Um amálgama, um cadinho cheio de gritos:

formas revolvidas e trituradas, bocas que não podem gritar. Veja...

Para lá do Hospital havia ainda trémulos de luz, raios esquecidos de sol emaranhados nas árvores, presos nos espinhos do monte. Dir-se-ia no entanto que a vida redobrava; cresciam e murmuravam os pinheiros, gorgolejava a seiva ao trepar nos troncos. A água corria num ruído mais vivo, e a terra, que o sol queimara, bebia-a toda dum trago. As noras cansadas pingavam o seu último suor, e da noite que descera irrompia um murmúrio envolto em sombras, a voz das árvores, dos rios e montanhas.»





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