- Com certeza - respondeu o meu amigo, levantando-se da cadeira. - E informarei Sr. Melas também. Entretanto, Sr. Melas, se fosse a si ficaria de sobreaviso, já que eles devem saber por estes anúncios que o senhor os traiu.
Ao voltarmos para casa, Sherlock parou no telégrafo e expediu diversos telegramas.
- Como vê, Watson - observou -, a nossa tarde não foi de todo desperdiçada. Alguns dos meus casos mais interessantes surgiram-me por intermédio de Mycroft. O problema que acabámos de ouvir, embora só possa admitir uma explicação, tem ainda características especiais.
- Espera resolvê-lo?
- Sabendo o que sabemos, seria estranho se fracassássemos na descoberta do resto. Você próprio deve já ter formado uma hipótese explicativa dos factos que acabámos de ouvir relatar.
- Sim, mas de maneira vaga.
- Então qual é a sua ideia?
- Parece-me evidente que essa jovem grega foi raptada pelo jovem inglês que se chama Harold Latimer.
- Raptada de onde?
- De Atenas, talvez.
Sherlock abanou a cabeça negativamente.
- Aquele rapaz não sabe uma palavra de grego; a rapariga fala sofrivelmente inglês; conclusão: ela está em Inglaterra há já algum tempo e ele nunca esteve na Grécia.
- Bem, então temos de admitir que ela veio visitar a Inglaterra e que esse Harold a convenceu a fugir com ele.
- É o mais razoável.
- Então o irmão, porque creio que deve ser esse o parentesco, veio da Grécia para interferir. Imprudentemente, caiu em poder do jovem e do seu sócio mais velho que, então, o agarraram e empregaram mesmo a violência para o obrigar a assinar alguns papéis a transferir a fortuna da rapariga para eles.