Não tinha mais nada a fazer do que retirar-me.
Portanto, saí e dirigi-me ao Clube dos Selvagens, mas em vez de lá entrar apoiei-me na balaustrada de Adelphi Terrace, onde permaneci um bom momento a ver correr a água castanha, oleosa. Ao ar livre, penso sempre de maneira mais sã e as minhas ideias são mais claras. Tirei da algibeira a informação acerca do Professor Challenger e voltei a lê-la à luz do candeeiro. Foi então que tive inspiração (não posso encontrar outra palavra). Segundo o que acabava de ouvir, estava certo de que nunca poderia acercar-me do rabugento professor apresentando-me como jornalista. Mas as manifestações do seu mau humor, duas vezes mencionadas na biografia, podiam significar simplesmente que ele era um fanático da ciência. Por este meio não me seria possível entrar em contacto com ele? Tentaria.
Entrei no clube. Já passava das onze horas: a grande sala estava quase cheia, mas ainda não se andava aos encontrões. Reparei junto à lareira num homem alto, elegante, anguloso, sentado numa poltrona. Quando aproximei uma cadeira, voltou-se. Era exactamente o homem de que necessitava.