O Mundo Perdido - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 190 / 286

Era ele!, talvez o mesmo que o americano encontrara. O solo estremecia sob o seu peso formidável; as suas grandes passadas ecoavam no silêncio da noite. Durante cinco minutos manteve-se tão perto da minha rocha de lava que, avançando a mão, teria podido tocar-lhe mas hediondas penas do pescoço. Em seguida, afastou-se e perdeu-se no meio dos rochedos.

Olhei para o relógio: eram duas e meia, por conseguinte largamente a hora em que devia retomar a caminhada para reintegrar o acampamento. Nenhumas dificuldades para o percurso; tinha seguido o ribeiro deixando-o à minha esquerda e ele conduzira-me ao lago central; sabia que ficava a uma pedrada da rocha de lava em que me encontrava sentado. Sentia-me eufórico quando tomei o caminho de regresso: não tinha feito um bom trabalho? Não trazia um lindo lote de novidades aos meus companheiros? Antes de tudo, havia aquelas cavernas com fogueiras, portanto a certeza de serem habitadas por uma raça de trogloditas. E depois poderia falar do lago central por experiência própria, testemunhar que ele abrigava estranhas criaturas; observara nele vários aspectos da vida primitiva que ainda não tínhamos topado. Reflecti, enquanto caminhava, que poucos homens no mundo teriam podido passar uma noite mais apaixonante e acrescentar à ciência humana, nalgumas horas, tantos conhecimentos novos.

Tornei a subir a encosta agitando estes pensamentos na cabeça, e atingira um ponto que devia ficar a meia distância do acampamento, quando um ruído estranho atrás de mim me trouxe à presente situação.





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