O Mundo Perdido - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 189 / 286

Em toda a parte, na sua superfície calma, apareciam sinais de vida: quer círculos ou rugas à superfície, quer o salto de um grande peixe prateado, quer o dorso arredondado e cor de ardósia de algum monstro em passeio. Avistei num banco de areia um animal que aparentei a um cisne gigante, com um corpo pesado e um pescoço comprido e flexível, o qual se arrastava na borda. Depressa mergulhou; a cabeça, na extremidade do comprido pescoço, ondulava debaixo de água; depois meteu-se mais para o fundo e deixei de vê-lo.

A minha atenção teve de voltar-se para mais perto, a meus pés.

Dois animais, com o tamanho de grandes tatus, tinham descido até ao bebedoiro; acocorados à beira de água, lambiam conscienciosamente com as línguas vermelhas. Depois, um veado gigantesco com cornos ramificados, animal esplêndido que tinha o porte de um rei, aproximou-se na companhia da sua corça e de dois enhos; beberam lado a lado com os tatus. Não conheço veado semelhante: o alce ou o original ter-lhe-iam chegado à espádua. Soltou um pequeno bramido de alerta e fugiu para o meio dos caniços com a família e os dois tatus, sem dúvida para se abrigar. Porque um recém-chegado, um animal extraordinário, descia por sua vez a pista.

Durante alguns momentos perguntei a mim próprio onde teria podido ver antes aquela forma pesada e desengonçada, aquele dorso curvado com franjas triangulares, aquela estranha cabeça de pássaro próximo do solo. Depois, de súbito, tive um lampejo: era o estegossauro, precisamente o animal que Maple White desenhara no seu álbum de esboços, e que cativara de imediato a atenção de Challenger!





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