O Mundo Perdido - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 191 / 286

Era algo que ficava a meio caminho entre um ronco e um rugido: profundo, grave, muito ameaçador. Havia seguramente um animal não longe de mim, mas não vi nada e apressei-me a avançar. Tinha feito cerca de um quilómetro quando bruscamente o ruído se repetiu: ainda atrás de mim, mas mais forte e mais temível. O meu coração assustou-se quando reflecti que aquele animal, fosse qual fosse, me seguia. A pele gelou-se-me e os cabelos puseram-se em pé. Por certo aceitava de boa vontade a hipótese de aqueles monstros se dilacerarem para obedecer à dura luta pela vida; mas a perspectiva de que eles se arriscassem a voltar-se contra o homem moderno, a persegui-lo e a caçá-lo era muito menos reconfortante. Recordei-me novamente do focinho babando sangue, que o archote de Lorde John iluminara... Os joelhos vergavam-se e tremiam. Parei, mesmo assim, e fiz-lhe frente. O meu olhar desceu ao longo do caminho que o luar iluminava: estava tudo calmo como numa paisagem de sonho. Claridades prateadas, as manchas sombrias dos arbustos... não avistava outra coisa. Depois soou mais uma vez aquele rugido, mais forte, muito mais próximo do que antes. Já não havia dúvida: andava um animal na minha peugada e acercava-se de mim!

Fiquei como um homem paralisado, de olhos fixos no terreno que atravessara. Depois, de repente, vi-o. Na extremidade da clareira que acabava de atravessar, o matagal agitava-se; uma grande sombra escura destacou-se para saltitar a pés juntos ao luar.





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