O Mundo Perdido - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 192 / 286

Digo «saltitar a pés juntos» voluntariamente, porque o animal se deslocava como um canguru, saltando com as poderosas patas posteriores e conservando-se direito verticalmente, ao passo que recurvava as patas anteriores à sua frente. Era de uma envergadura enorme: tão grande como um elefante em pé, o que não o impedia de mover-se com grande agilidade. Durante um momento, tomei-o por um iguanodonte dado o seu aspecto formidável, e tranquilizei-me porque sabia que os iguanodontes eram inofensivos. Mas, por ignorante que fosse, depressa compreendi que se tratava de um animal diferente. Em vez da cabeça amável, parecida com a de um gamo, do grande comedor de folhas com três dedos, este animal possuía uma cabeça larga e achatada, que lembrava o sapo e o animal que nos tinha alarmado no acampamento. O seu grito feroz e o encarniçamento que pusera em seguir-me indicavam-me, antes, que pertencia à espécie dos grandes dinossauros carnívoros, os animais mais terríveis que alguma vez erraram sobre esta terra. Aquele monstro enorme prosseguia os seus saltos, baixava periodicamente as patas anteriores e passeava o nariz pelo solo, aproximadamente de vinte em vinte metros. Farejava a minha pista. Por vezes enganava-se, mas depressa a reencontrava e continuava a avançar na minha direcção aos saltinhos.

Ainda hoje, quando revejo a cena, o suor perla-me as fontes.

Que podia eu fazer? Tinha à mão a arma para caça aquática...





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