O Mundo Perdido - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 193 / 286

Procurei desesperadamente com o olhar um rochedo ou uma árvore, mas encontrava-me numa selva emaranhada e, aliás, sabia que o animal podia arrancar uma árvore tão facilmente como se fosse um caniço. A minha única hipótese residia na fuga. Mas como correr depressa naquele solo desigual, rude? Avistei mesmo à minha frente uma pista bem desenhada, cuja terra era dura. Durante as nossas expedições tínhamos visto algumas parecidas: eram as adoptadas pelos animais selvagens. Talvez por ali pudesse escapar-me, porque era um corredor rápido em boas condições físicas. Desembaracei-me da espingarda de caça e corri os mais belos oitocentos metros da minha vida. Os músculos doíam-me, estava sem fôlego, parecia-me que a garganta estoiraria por falta de ar e, no entanto, sabedor do horror que me perseguia, corri, corri, corri... Por fim, detive-me, incapaz de dar mais um passo. Durante alguns momentos julguei que o havia iludido. A pista estendia-se atrás de mim e nada via. Depois, de repente, num estalido e despedaçamento terríveis, o ruído abafado das patadas daquele animal gigante assim como o ofegar dos pulmões monstruosos romperam o silêncio. Estava no meu encalço, saltava cada vez mais depressa. Sentia-me perdido.

Como fora louco ao perder tempo parado antes de fugir! Quando ainda não me tinha visto, seguira-me o odor e deslocara-se com uma certa lentidão. Avistara-me quando eu tinha começado a correr; a partir desse momento caçara-me à vista, porque a pista indicara-lhe por onde eu bifurcara... Executou uma curva saltitando com uma velocidade extraordinária.





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