O Mundo Perdido - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 200 / 286

Naturalmente ele estava ali, acocorado no meio dos cobertores, perto do seu pequeno acampamento. Mas: para estupefacção minha, um outro homem encontrava-se sentado à sua frente. O meu coração sobressaltou-se de alegria porque Julguei, primeiro, que fosse um dos meus companheiros. Mas uma segunda olhadela dissipou tal erro. O Sol nascente iluminou a cara vermelha do homem. Era um índio. Chamei, agitei o lenço. Zambo ouviu-me, fez-me sinal com a mão e trepou para o pico rochoso. Alguns instantes mais tarde estava ele de pé muito perto de mim a escutar com mágoa sincera a história que lhe contei.

- Foi o Diabo que os levou, Massa Malone! O senhor penetrou na terra do Diabo e foi o Diabo que se vingou. Quer a minha opinião, Massa Malone? Desça depressa, ou será a sua vez.

- Mas como poderei descer, Zambo?

- Nas árvores há lianas, Massa Malone. Atire-as para mim;

poderei atá-las com força e assim terá -uma, ponte para passar; .

- Pensámos nisso, o pior é que não há lianas bastante sólidas. - É preciso mandar buscar cordas, Massa Malone.

- Mandar quem e onde?

- O índio. Os outros bateram-lhe e roubaram-lhe a paga. Voltou para junto de nós. Está pronto a levar uma carta, ir buscar cordas, fazer seja o que for!

Levar uma carta! Porque não? Talvez ele pudesse arranjar socorro; em todo o caso, apresentaria a certeza de que não havíamos dado as nossas vidas para nada; a notícia de que tínhamos ganho uma batalha para a Ciência alcançaria os nossos compatriotas. Tinha já duas cartas à espera. Passaria o dia a escrever uma terceira, e o índio fá-las-ia chegar ao mundo civilizado.





Os capítulos deste livro