O Mundo Perdido - Cap. 14: Capítulo 14 Pág. 218 / 286

Mesmo assim, tendo aprendido a conhecer a nossa potência de fogo, abandonaram a perseguição para não terem de enfrentar mais a espingarda mortífera de Lorde John. Quando regressámos ao Forte Challenger voltámos para trás: estávamos sozinhos.

Pelo menos assim julgávamos, mas estávamos enganados. Mal tínhamos fechado a porta espinhosa do nosso refúgio logo caímos nos braços uns dos outros; depois, ofegantes e esfalfados, deitámo-nos no chão perto da nossa fonte; mas ainda não havíamos começado a refrescar-nos quando ouvimos passos e gritinhos suaves atrás da cerca. Lorde John, levantou-se com um salto, pegou na espingarda e abriu a porta: prostrados no solo, os quatro pequenos índios vermelhos que tinham sobrevivido à chacina vinham implorar a nossa protecção, tremendo de medo; com um gesto expressivo um deles apontou com o dedo os bosques circundantes para nos anunciar que estavam cheios de perigos; depois disso precipitou-se para Lorde John, abraçando-lhe as pernas com os dois braços e encostou a cabeça aos seus tornozelos.

- Esta agora? - exclamou Lorde John cofiando o bigode grisalho com perplexidade. - Mas então... o que vamos fazer a esta gente? Levanta-te, pequeno homenzinho! Tira a cabeça de cima das minhas botas!

Summerlee ocupara o seu assento e enchia o velho cachimbo. - Não podemos correr com eles - disse. - Os senhores tiraram-

-nos das garras da morte. Palavra de honra, fizeram um bom trabalho!

- Trabalho admirável! - reforçou Challenger. - Admirável! Não só como indivíduos, mas toda a ciência europeia tomada colectivamente lhes deve uma imensa gratidão pelo que fizeram! Summerlee e eu próprio, não hesito em dizê-lo, teríamos deixado um vazio considerável na história moderna da Zoologia se tivéssemos desaparecido!





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