O Mundo Perdido - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 225 / 286

É assim que encontramos animais tão modernos como o tapir (animal que possui uma genealogia muito comprida), o grande veado e o formigueiro na companhia das formas reptilíneas do tipo jurássico. Até aqui está claro. Agora, temos os homens-macacos e os índios. Que pode pensar o espírito científico da sua presença? Não posso encarar duas hipóteses; uma chega-me: invadiram o planalto. É provável que existisse na América do Sul um macaco antropóide que, outrora, abriu caminho até aqui e que se desenvolveu sob a forma das criaturas que vimos, das quais algumas (encarou-me fixamente) possuíam um aspecto e uma altura que, acompanhados de uma inteligência correspondente, teriam honrado, não hesito em dizê-lo, qualquer raça humana viva. Quanto aos índios, estou persuadido de que são imigrantes recentemente chegados lá de baixo. Sob a necessidade da fome ou com objectivos de conquista alcançaram o planalto. Perante as criaturas ferozes, que nunca tinham visto antes, refugiaram-se em cavernas como as descritas pelo nosso jovem amigo, mas tiveram de travar duros combates para manter a terra contra os animais selvagens e, especialmente, contra os homens-macacos que os consideraram intrusos e que, a partir de então, desencadearam contra eles uma guerra sem mercê com uma inteligência astuciosa que falta a animais de maior porte. Daí o facto de eles não serem muito numerosos. Ora bem, cavalheiros, está resolvido o enigma? Ou há ainda algum ponto a esclarecer para vosso governo?

Uma vez não cria um hábito: o Professor Summerlee estava esgotado de mais para discutir, o que, no entanto, não o impediu de abanar energicamente a cabeça para manifestar o seu desacordo total.





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