Farei de tudo isto uma exposição pormenorizada. Do mesmo modo não me esquecerei de pintar com um toque de ternura os maravilhosos serões de Verão que terminavam dias muitas vezes apaixonantes. Debaixo do céu de um azul profundo ficávamos deitados ao comprido próximo do bosque em cima da erva alta, e contemplávamos a caça de água que se recreava não longe de nos, assim como os animais anacrónicos que rastejavam das suas tocas para nos olharem. Os ramos das moitas curvavam-se sob o peso de frutos saborosos. No prado, estranhas flores adoráveis torciam os caules, também elas para nos verem. E que dizer das noites poéticas que passávamos nas águas frementes do grande lago à espera dos saltos e dos mergulhos de algum monstro fantástico? Ou a maravilhar-nos com um raio verde, surgido do mais profundo da onda, que traía a presença de um animal misterioso nos confins da noite aquática? Oh!, estou certo de que um dia destes a minha memória e a minha pena traçarão tais cenas!
- Mas, perguntar-me-á, porquê estas experiências e porquê este atraso, quando você e os seus camaradas deveriam consagrar as nortes e os dias a descobrir os meios de alcançar o regresso ao mundo exterior?