O Mundo Perdido - Cap. 16: Capítulo 16 Pág. 250 / 286

Responderei que todos nós havíamos trabalhado nesse sentido, mas sem êxito. Tínhamos descoberto rapidamente que os índios não nos ajudariam. De qualquer maneira eram nossos amigos (quase poderia dizer nossos devotados escravos), mas quando lhes era sugerido que nos poderiam ajudar a fabricar e a transportar uma prancha que atravessasse o abismo, ou quando desejávamos obter deles correias de coiro ou lianas a fim de tecermos cordas, esbarrávamos numa recusa tão amável como obstinada. Sorriam, piscavam o olho, sacudiam a cabeça e era tudo. O velho chefe também nos opunha um discreto não-atendimento. Apenas Maretas, o jovem que tínhamos salvo, nos exprimia por gestos a sua desolação por ver os nossos anseios repelidos. Depois do triunfo sobre os homens-macacos, consideravam-nos super-homens detentores dos segredos da vitória dentro de tubos estranhos e imaginavam que, enquanto permanecêssemos junto deles, a prosperidade os beneficiaria. A cada um de nós foi oferecida uma mulherzinha de pele vermelha e uma caverna, com a condição de habitarmos para sempre no planalto. Até aqui tudo decorrera gentilmente, mau grado a divergência dos nossos anseios. Mas estávamos persuadidos de que qualquer projecto de descida deveria ficar secreto porque senão eles impedir-nos-iam pela força de realizá-lo.

Apesar do perigo representado pelos dinossauros (perigo que não e de temer à noite) voltei duas vezes ao Forte Challenger para ver o nosso negro que continuava de guarda e à nossa espera na base do escarpamento.





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