O Mundo Perdido - Cap. 16: Capítulo 16 Pág. 261 / 286

Esticando o pescoço, verificámos que a descida não oferecia dificuldades de maior e que o solo não ficava longe. Não se admire por, de baixo, não o termos visto: neste sítio o escarpamento formava um desvio e parecia de tal modo impossível escalá-lo que nem sequer tínhamos sonhado inspeccioná-lo de perto. Com a corda poderíamos chegar a terra sem dificuldade. Assim, regressámos ao acampamento perfeitamente alegres, para iniciarmos imediatamente os preparativos com vista à nossa partida na noite do dia seguinte.

- O que devíamos fazer, fizemos rapidamente e em segredo porque até ao último minuto os índios podiam reter-nos. Havíamos decidido abandonar as nossas provisões de boca e só levar as espingardas e os cartuchos. Mas Challenger tinha, além disso, uma coisa pesada que queria trazer para Londres: um pacote pouco maneável de que não estou autorizado a falar; as suas exigências causaram-nos muitos problemas! O dia escoou-se com uma lentidão enervante. Quando a obscuridade se espalhou no planalto estávamos prontos para partir. Transportámos penosamente as nossas coisas para o alto dos degraus e lançámos uma derradeira olhadela àquela terra de maravilhas. Pensei que ia ser aberto em breve à curiosidade universal, que se tornaria a presa dos caçadores e dos prospectores. Mas para nós ficará para sempre uma paisagem de sonho, feérica e de um brilho incomparável; uma terra onde muito tínhamos arriscado, muito sofrido, muito aprendido; a nossa terra, como lhe chamávamos amorosamente...





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