Tinha-se posto de pé; uma raiva louca brilhava-lhe no olhar.
Mesmo neste momento de tensão, arranjei tempo para me admirar porque descobrira que ele era baixinho; a sua cabeça chegava-me ao ombro. O professor era uma espécie de Hércules enfezado cuja vitalidade sensacional se havia refugiado na profundidade, na largura e no cérebro.
- Tretas! - exclamou, continuando a inclinar-se para a frente, com a cara e os dedos projectados na minha direcção. - Aqui tem o que lhe contei, cavalheiro! Tretas científicas! Julgou então que poderia rivalizar comigo em astúcia? O senhor que só tem uma noz no lugar do cérebro? Ah, vocês julgam-se omnipotentes, cambada de rabiscadores! Imaginam que os vossos elogios podem fazer subir um homem e as vossas críticas demoli-lo? Ah!, todos nós nos deveríamos inclinar na vossa frente na esperança de obter uma palavra favorável, não é verdade? A este deitamos abaixo e àquele arranja-se um elogio sonante! Eu conheço-vos, vermes rastejantes! Ultrapassais constantemente os vossos limites! Tempo houve em que vos cortavam as orelhas. Haveis perdido o sentido das proporções. Sacos cheios de vento! Eu mantê-les-ei nos vossos limites! Não, senhor, não conseguiu enganar G.E.C.! Ainda existe um homem que não se submete. Ele avisou-vos mas, pelo Senhor, se apareceis, tanto pior! A responsabilidade é inteiramente vossa. Um penhor, meu bom Mr. Malone! Reclamo um penhor! Fez um jogo bastante perigoso e tem todo o ar de ter perdido.