Tinha uma enorme necessidade de ser socorrido!
Atravessou-me com dois olhos agudos, duros como aço. - Vamos, vamos! - resmungou.
- Claro que não passo de um simples estudante - disse eu com um sorriso imbecil. - Pouco mais do que um curioso. Todavia, pareceu-me que o senhor foi um pouco severo a propósito de Weissmann naquele assunto. Desde essa data, a posição de Weissmann não foi... reforçada com numerosos testemunhos?
- Que testemunhos?
Falava com uma calma ameaçadora.
- Ora bem, naturalmente, sei que nenhum existe ao qual o senhor possa atribuir a qualidade de prova definitiva. Estava simplesmente a aludir à tendência geral do pensamento moderno e ao ponto de vista da ciência tomada colectivamente, se assim me posso exprimir.
Inclinou-se para a frente com uma grande gravidade.
- Suponho que sabe - disse, contando pelos dedos - que o índice craniano é um factor constante?
- Naturalmente!
- E que esta telegonia ainda se encontra sub judice?
- Sem qualquer dúvida.
- E que o protoplasma do germe é diferente do ovo partenogenético?
- Mas, claro que sim! - exclamei.
Sentia-me todo animado com a minha própria audácia.
- Mas o que é que isso prova? - interrogou ele com uma voz amavelmente persuasiva.
- Ah, na verdade! - murmurei. - O que é que isso prova?
- Digo-lhe? - arrulhou ele.
- Agradeço-lhe!
- Isso prova - rugiu num súbito clarão de furor - que o senhor é o mais repugnante impostor de Londres!