O Mundo Perdido - Cap. 17: Capítulo 17 Pág. 270 / 286

Mal aflorou as aventuras pessoais, mas alongou-se demoradamente sobre a rica colheita efectuada pela Ciência depois das observações feitas acerca da vida dos animais selvagens, das aves, dos insectos e das plantas do planalto particularmente rico em coleópteros e em lepidópteros; quarenta e seis novas espécies dos primeiros e noventa e quatro dos segundos, foram descobertas nalgumas semanas. Foi, no entanto, acerca dos animais maiores e, especialmente, dos grandes animais cuja raça se supunha extinta há muito tempo que o interesse do público se concentrou mais. Forneceu uma lista extensa, acrescentou que não passava de um começo e que seria ainda aumentada notavelmente quando o planalto fosse explorado a fundo. Ele e os companheiros viram, pelo menos, uma dúzia de criaturas, a maioria das vezes ao longe, que não correspondiam a nada actualmente conhecido pela Ciência e que deveriam ser classificadas e repertoriadas atentamente. Citou como exemplo uma serpente cuja pele arrancada, de cor vermelho-escuro, media dezoito metros de comprimento; mencionou também um animal branco, provavelmente um mamífero, que projectava de noite uma fosforescência nítida; falou ainda de uma grande borboleta negra cuja picada era, no dizer dos índios, muito venenosa. Além destas formas de vida completamente novas, o planalto abundava em aspectos pré-históricos conhecidos, cuja data remontava às primeiras idades jurássicas. Entre eles, citou o gigantesco e grotesco estegossauro, que Mr. Malone viu beber no lago certa ocasião, e que fora desenhado pelo aventuroso americano que primeiro penetrara neste mundo desconhecido.




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