O Mundo Perdido - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 50 / 286

Não está na minha natureza curvar-me diante de um homem, seja ele quem for, nem procurar provar um facto se a minha palavra é posta em dúvida. Por isso desinteressei-me de exibir as provas corroborativas que possuo. O assunto até me tornou odioso: não gostava de falar mais nele. Quando pessoas da sua espécie, que representam a curiosidade do público, vêm perturbar a minha discrição, torna-se-me impossível acolhê-las com uma reserva digna. Por temperamento sou, admito-o, um pouco arrebatado, e qualquer provocação desencadeia a minha violência. Receio que tenha dado por isso.

Baixei os olhos e não disse nada.

- A minha mulher discutiu muitas vezes comigo por causa disto e, no entanto, julgo que todo o homem de honra reagiria como eu. Esta noite, por exemplo, estou disposto a fornecer um exemplo do domínio das emoções pela vontade. Convido-o a assistir a tal demonstração...

Passou-me um cartão-de-visita.

- ... Como vê, Mr. Percival Waldron, naturalista reputado, deve fazer uma conferência às oito e meja no hall do Instituto de Zoologia sobre Os Arquivos do Tempo. Fui especialmente convidado a sentar-me na tribuna e a propor uma moção de agradecimento a dirigir ao conferencista. Aproveitando isto, disponho-me a lançar, com tanto tacto como delicadeza, algumas observações capazes de interessar a assistência e criar em alguns a vontade de aprofundarem o assunto. Nada que se pareça com uma disputa! Indicarei apenas que, para além do que é conhecido, existem segredos formidáveis.





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