- O que é que tenciona fazer?
- Ora bem, a minha ideia era que o senhor e eu fôssemos lá. Talvez esteja a dormitar. Se correr mal, matará um mas não dois. O sobrevivente dominá-los-á. Se pudéssemos imobilizar-lhe os braços com o travesseiro, ou outra coisa qualquer, e depois accionar uma bomba estomacal, ofereceríamos a este pobre velho a ceia da sua vida.
Não sou especialmente um bravo. A minha imaginação irlandesa aquece facilmente diante do desconhecido e do novo e torna-os mais terríveis do que, na realidade, são. Mas, por outro lado, fui educado no horror da cobardia e no terror de revelar dela o mínimo indício. Atrevo-me a dizer que poderia atirar-me a um precipício, como o Huno dos livros de história, se a minha coragem fosse posta em dúvida; e, no entanto, seriam mais o orgulho e o medo do que a própria coragem que me inspirariam na ocorrência. Foi por isso que, e embora os nervos de todo o meu corpo se encolhessem ao pensar no selvagem bêbado do piso superior, respondi com voz despreocupada que estava pronto para subir.