O Mundo Perdido - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 74 / 286

Uma observação de Lorde Roxton acerca do perigo a correr sacudiu-me desagradavelmente.

- Falar de nada servirá! - disse eu. - Vamos!

Levantei-me da minha poltrona e ele da sua. Então, reprimindo um pequeno cacarejo de satisfação, bateu-me duas ou três vezes no peito e, finalmente, voltou a empurrar-me para a poltrona.

- Chega, bebé! Vai servir - disse-me.

Fitei-o com espanto.

- Eu próprio me ocupei de Jack Ballinger esta manhã. Furou uma manga do meu quimono, que Deus lhe perdoe! Mas vestimos-lhe a camisa de forças e dentro de uma semana ficará restabelecido. Diga, bebé, espero que não fique zangado comigo, hem? Compreenda, aqui entre nós, que considero este caso da América do Sul como uma coisa formidavelmente séria, e se tenho alguém comigo, quero que seja um homem com o qual possa contar. Por isso, preparei-lhe uma armadilha: portou-se admiravelmente bem; bravo! Está a ver, seremos só nós os dois, porque aquele velho Summerlee precisará de uma ama-seca logo desde a partida. Aliás, não é o senhor por acaso o Malone que tem grandes hipóteses de ser seleccionado para a equipa de râguebi da Irlanda?

- Como suplente, talvez...

- Dizia para comigo que já o tinha visto em qualquer parte.

Agora sei: estava presente quando marcou aquele ensaio contra Richmond, a mais bela corrida que vi em toda a temporada. Nunca perco um desafio de râguebi quando estou em Inglaterra, porque é o desporto mais viril. Bem! Enfim, não o fiz vir aqui para falarmos de desporto. Temos de preparar o nosso assunto.





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