O Mundo Perdido - Cap. 8: Capítulo 8 Pág. 93 / 286

Lorde John Roxton tinha fretado uma grande embarcação a vapor, o Esmeralda, que nos devia permitir subir o rio. Quanto ao clima, a época que tínhamos escolhido importava pouco, porque a temperatura oscila entre 25º e 32º tanto no Inverno como no Verão: não existem, assim, diferenças extremas de calor. Mas quanto à humidade, as coisas apresentavam-se diferentemente: de Dezembro a Maio é a estação das chuvas; durante este período, o rio engrossa lentamente até atingir um nível de doze metros acima do seu ponto mais baixo; inunda as margens, estende-se em grandes lagunas sobre uma distância formidável e constitui só por si um grande distrito cujo nome local é Gapo; na sua maior parte é demasiadamente pantanoso para a marcha a pé e excessivamente pouco profundo para a navegação. No mês de Junho, as águas começam a decrescer e atingem o seu ponto mais baixo em Outubro ou Novembro. A nossa expedição ia, pois, realizar-se durante a estação seca, quando o grande rio e os seus afluentes estariam em condições mais ou menos normais.

A corrente do Amazonas é fraca; nenhum curso de água é mais propício aos navegadores, pois o vento predominante sopra de sudeste e os barcos à vela podem progredir sem paragem na direcção da fronteira do Peru entregando-se à corrente. No nosso caso pessoal os excelentes motores do Esmeralda podiam desprezar as vagas ronceiras da corrente, e progredimos tanto como se navegássemos num lago remansoso.





Os capítulos deste livro