»Ele desceu a rua e entrou num ou dois bares, ficando quase meia hora no último. Quando saiu, caminhava aos ziguezagues e era evidente que estava embriagado. Estava um cabriolé mesmo à minha frente, e ele chamou-o. Segui-o então tão de perto que o focinho do meu cavalo ia a um metro do cocheiro durante todo o percurso. Passámos a toda a pressa a Ponte de Waterloo e várias ruas quando, para meu espanto, nos encontrámos de novo na ladeira onde ele se hospedara. Não podia imaginar qual era a intenção dele ao voltar ali, mas continuei e parei o cabriolé a cem metros da casa. Ele entrou e o cabriolé partiu. Por favor, dê-me um copo de água. A minha boca está seca de tanto falar.
Dei-lhe o copo de água e ele bebeu-a.
- Está melhor - disse ele. - Bem, esperei um quarto de hora ou mais, quando, de repente, se ouviu um ruído como se estivessem pessoas a lutar dentro de casa. Logo a seguir a porta abriu-se e apareceram dois homens, um dos quais era Drebber e o outro um rapaz que eu nunca tinha visto. Este indivíduo agarrava Drebber pela gola e, quando chegaram ao cimo dos degraus, empurrou-o e deu-lhe um pontapé que quase o atirou para o outro lado da rua. «Seu cão!», gritou ele, ameaçando-o com um pau.