Foi também a experiência da pradaria que dera a Jefferson Hope os ouvidos de lince. Ele e os seus amigos mal se tinham acocorado quando o pio melancólico de um mocho da montanha se ouviu a alguns metros deles, que logo foi respondido por outro pio a uma pequena distância. Ao mesmo tempo, uma figura indistinta, vaga, emergiu da abertura por onde tinham passado e soltou de novo um pio dolente de sinal, ao qual respondeu um segundo homem saindo da escuridão.
- Amanhã à meia-noite - disse o primeiro, que parecia ser o chefe. - Quando o noitibó piar três vezes.
- Está bem - retorquiu o outro. - Devo dizer ao irmão Drebber?
- Diz-lhe, e aos outros, Nove para as sete!
- Sete para as cinco! - repetiu o outro, e as duas figuras afastaram-se em direcções diferentes. Evidentemente que as últimas palavras eram uma espécie de senha e contra-senha. Assim que os seus passos deixaram de se ouvir ao longe, Jefferson Hope pôs-se de pé de um salto e, ajudando os companheiros a passar a abertura, abriu caminho através dos campos o mais rapidamente que podia, amparando e levando quase nos braços a rapariga quando parecia faltarem-lhe as forças.
- Despachem-se! Despachem-se! - exclamava ele de vez em quando, ofegante. - Estamos a atravessar a linha das sentinelas. Tudo depende da velocidade. Despachem-se!
Uma vez na estrada principal avançaram rapidamente.
Apenas uma vez se cruzaram com alguém mas conseguiram esgueirar-se para dentro de um campo para assim evitarem ser reconhecidos.