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Capítulo 1: Capítulo 1

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Rogou-me encarecidamente, com as palavras mais afectuosas, que procedesse com reflexão, sem precipitar-me num acumular de desgraças de que a natureza e a fortuna me haviam eximido. Disse-me que eu não tinha necessidade de ganhar a subsistência; que havia feito planos para me apoiar convenientemente na profissão à qual me destinava; que se não chegasse a arranjar uma situação próspera, seria por culpa minha ou da sorte, que depois de ter cumprido o seu dever, revelando-me os perigos a que me arrastariam as falsas ideias e os loucos empreendimentos, não era responsável por nada; numa palavra: decidido a assegurar a minha sorte se anuísse aos seus desejos, não queria de modo algum contribuir para a minha perdição facilitando-me a partida. Concluindo, recordou-me o exemplo do meu irmão, com o qual havia usado os mesmos argumentos para o dissuadir de entrar no exército de Flandes, onde tinha perecido. Assegurou-me que não deixaria de orar por mim mas, ao mesmo tempo, atreveu-se a prognosticar que se eu desse um passo tão desencaminhado, a maldição do Senhor havia de me cair em cima, e que chegaria o dia em que me arrependeria de não ter dado ouvidos aos seus conselhos, mas isso só quando fosse um desgraçado sem ninguém capaz de me ajudar nessa desgraça.

Sinceramente impressionado com um discurso tão terno, resolvi não mais pensar em viagens e estabelecer-me na minha terra natal, conforme os desejos de meu pai; mas, ai de mim!, este bom propósito passou como um relâmpago: tornei às minhas antigas ideias, e para evitar daí em diante as que eu julgava serem inoportunidades do meu pai, procurei afastar-me sem sua licença. Apesar de tudo, não levei isso a cabo com tanta precipitação como a que sentia arrastar-me. Um dia em que a minha mãe parecia estar mais alegre do que de costume, disse-lhe, chamando-a à parte, que a minha paixão de ver o mundo era tão irresistível que se me tornava impossível empreender qualquer carreira e levá-la a cabo, e que o meu pai procederia com mais siso se me desse a sua autorização do que obrigando-me a tomá-la.

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pág. 2 (Capítulo 1)

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
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Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236