Sangue Azul - Cap. 16: 4 Pág. 169 / 287

Elliot, ele concordou que não eram nada, em si mesmas, mas manteve que, como boa companhia, como pessoas que reuniriam boas companhias à sua volta, tinham o seu valor. Anne sorriu e disse:

- A minha ideia de boa companhia, Mr. Elliot, é a de pessoas bem informadas, que têm muito de que conversar. É a isso que eu chamo boa companhia.

- Está enganada - respondeu ele delicadamente -, isso não é boa companhia, isso é a melhor companhia. A boa companhia exige apenas nascimento, educação e maneiras, e no tocante a educação não vai muito longe. Nascimento e boas maneiras são essenciais; mas um pouco de cultura não é de modo algum uma coisa perigosa em boa companhia, pelo contrário, calha muito bem. A minha prima Anne, sacode a cabeça. Não está convencida. É exigente. Minha querida prima - sentou-se a seu lado -, tem mais direito de ser exigente do que qualquer outra mulher que eu conheço. Mas valerá a pena? Fá-la-á feliz? Não será mais sensato aceitar o convívio daquelas boas senhoras de Laura-place e aproveitar o melhor possível todas as vantagens desse parentesco? Pode ter a certeza de que este Inverno elas serão acolhidas pela melhor sociedade de Bath, e como posição social é posição social, o facto de se saber que são aparentados com elas terá a sua utilidade em colocar a sua família - a nossa família, permita-me dizer - naquele grau de consideração a que todos nós aspiramos.

- Sim - suspirou Anne -, seremos todos conhecidos como aparentados com elas! - Depois, dominando-se e não desejando obter resposta, acrescentou: - Penso, sem dúvida, que foram feitos esforços excessivos para estabelecer relações com elas. Suponho - continuou, sorrindo - que tenho mais orgulho do que qualquer de vocês; mas confesso que me irrita que tenhamos sido tão diligentes para conseguirmos ver reconhecido um parentesco que, podemos estar certos disso, lhes é perfeitamente indiferente a elas.





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