Sangue Azul - Cap. 16: 4 Pág. 168 / 287

Lady Dalrymple alugara uma casa por três meses em Laura-place, onde iria viver em grande estilo. Estivera em Bath no ano anterior, e Lady Russell ouvira dizer que se tratava de uma mulher encantadora. Era muito desejável que as relações fossem reatadas, se tal fosse possível, sem qualquer transigência de etiqueta da parte dos Elliot.»

Sir Walter, porém, resolveu adoptar os seus próprios meios e, por fim, escreveu uma excelente carta profusa em explicações, manifestações de pesar e rogos à sua ilustríssima prima. Nem Lady Russell nem Mr. Elliot puderam admirar a missiva, mas o certo é que ela cumpriu o pretendido e fez chegar a Camden-place três linhas garatujadas pela viscondessa viúva: «Sentia-se muito honrada e teria muito prazer em os conhecer.» As penas do assunto estavam terminadas, iam começar as delícias. Fizeram uma visita a Laura-place, receberam os cartões da viscondessa viúva de Dalrymple e da Ilustre Miss Carteret - para serem colocados onde dessem mais nas vistas -, e «as nossas primas de Laura-place», «as nossas primas, Lady Dalrymple e Miss Carteret» passaram a ser mencionadas a toda a gente.

Anne sentia-se envergonhada. Mesmo que Lady Dalrymple e a filha fossem pessoas muito agradáveis, não deixaria de se ter sentido envergonhada com todo o alvoroço que causaram, mas não era esse o caso. Não havia nelas nenhuma superioridade de conduta, talento ou inteligência. Lady Dalrymple obtivera a qualificação de «uma mulher muito encantadora» porque tinha um sorriso e uma resposta cortês para toda a gente. Miss Carteret, com menos ainda que dizer, era tão banal e desajeitada que jamais teria sido tolerada em Camden-place não fora o seu nascimento.

Lady Russell confessou que esperara algo melhor; mas mesmo assim «era um conhecimento que valia a pena ter», e quando Anne se arriscou a dizer a sua opinião a respeito delas a Mr.





Os capítulos deste livro