Um Estudo em Escarlate - Cap. 6: 6 - Tobias Gregson Mostra o que Sabe Fazer Pág. 53 / 127

Na manhã seguinte soubemos da morte misteriosa do Sr. Drebber.»

»Este depoimento saiu da boca da Madame Charpentier com muitas arfadas e pausas. Às vezes falava tão baixo que mal conseguia perceber as palavras. Todavia, tomei anotações em taquigrafia de tudo o que disse, para que não houvesse possibilidade de engano.

- É muito excitante - disse Sherlock Holmes, com um bocejo. - Que aconteceu a seguir?

- Quando a Madame Charpentier se calou - continuou o detective -, compreendi que o caso estava prestes a ser esclarecido. Fixando-a com o meu olhar, de um modo que me é sempre eficaz com as mulheres, perguntei-lhe a que horas voltou o filho.

»«Não sei», respondeu ela. »«Não sabe?»

»«Não, ele tem uma chave da porta e entrou em casa..

»«Depois de a senhora ter ido para a cama?.

»«Sim.»

»«Quando se foi deitar?»«Por volta das onze..

»«Portanto, o seu filho ausentou-se, pelo menos, durante

duas horas?'

»«Sim.»

»«Possivelmente, quatro ou cinco?»

»«Sim.»

»«Que é que ele esteve a fazer todo esse tempo?

»«Não sei», respondeu ela, ficando até com os lábios brancos.

»Claro que depois daquilo não havia mais nada a fazer.

Descobri onde estava o tenente Charpentier, levei dois polícias comigo e prendi-o. Quando lhe toquei no ombro e o aconselhei a vir connosco, respondeu-nos descaradamente: «Suponho que me prendem por estar relacionado com a morte daquele patife do Drebber», disse ele. Não lhe tínhamos dito nada a esse respeito, portanto o facto de ele ter feito aquela referência tornava-o suspeito.

- Muito - disse Holmes.

- Ele ainda trazia o pau que a mãe dissera que ele tinha quando seguiu o Drebber. Era um cacete grosso de carvalho.

- Então, qual é a sua teoria?

- Bem, a minha teoria é que ele seguiu Drebber até Brixton Road. Aí, surgiu uma nova altercação entre eles, durante a qual Drebber foi ferido com o pau, talvez na boca do estômago, que o matou sem deixar nenhum sinal.





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