Cândido ficou tão aturdido e tão espantado com o que via e ouvia que nem sequer quis desembarcar e fez um contrato com o patrão holandês (embora ele pudesse vir a roubá-lo como o de Suriname) para que este o levasse sem demora a Veneza.
O patrão aprestou-se ao cabo de dois dias. Costearam a França e a Espanha; passaram à vista de Lisboa, e Cândido estremeceu. Entraram no estreito e, finalmente, no Mediterrâneo. Por fim, chegaram a Veneza.
- Deus seja louvado! - exclamou Cândido, abraçando Martino - É aqui que eu voltarei a ver a bela Cunegundes. Tenho tanta confiança em Cacambo como em mim mesmo. Tudo está bem, tudo vai o melhor que é possível.