- E, em verdade,
Veríeis tudo isto simplesmente
Se, em vez de ter por lei o livro escuro,
Só na Justiça lêsseis o Futuro!
Sim! o Futuro! Vós olhais a um lado
E a outro lado - e vedes o horizonte…
Sabeis como passou quanto é passado,
E que alicerce teve cada monte…
Por vossa mão o mundo está marcado…
Cada mar, cada rio, cada fonte…
Tudo sabeis - a noite e a manhã -
Só vos esquece… o dia de amanhã!
Quando a Águia da Rússia as duas garras
Cravar no coração à liberdade,
Tapando com o vulto as cinco barras
Desse Volga de luz, a humanidade;
Quando, enfim, estalar quantas amarras
A tem lá presa desde a velha idade,
E, tomando co’a sombra toda a altura,
Se estender sobre a Europa a asa escura:
Quando o vento do Norte em nossos